sábado, 27 de outubro de 2012

De volta ao começo de TUDO!

            Aonde tudo começa na docência? Na sala de aula...Eu estou RÊ-COMEÇANDO!! Estou em lua de mel com a educação no sentido pleno da prática de sala de aula...Como toda Lua de mel de verdade tem o amor, a esperança, o começo, o mistério, o lúdico, a sedução, o imperfeito dentro do perfeito é assim que eu me sinto nesse momento... Explico melhor...Comecei professorinha daquelas bem cuidadora, meio palhaça, meio menina, pois tinha eu 16 anos nessa aventura...Foi uma experiência de muito encantamento...Nessa experiência eu descobri que eu amava aquilo no meu cotidiano,amava brincar e curtir meus alunos, meus pequenos...Vivi a intensidade da sala de aula dos 16 aos 27...Foi tão bom, foi tão difícil, mas foi tão profundo...

            Enfim fiquei educadora, construí uma profissão, passei a amar tudo que eu vivia, era como se a minha sala de aula, os meus alunos, a vida de professor fosse uma espécie de ponte que dava muito sentido ao meu vivido...Ser professora nunca foi uma vergonha pra mim, sempre foi apaixonante..É muito muito gostoso conviver com crianças que te surpreendem com pequenos gestos, que confirmam na prática o que a gente lê na teoria. 

         E por falar em TEORIA, essa é a questão. Fui professora sem a formação, sem a base teórica, sem a noção do porque isso ou aquilo, sem saber ao certo porque as práticas eram daquele modo, mas isso foi por pouco tempo...Muito pouco tempo, pois eu vivi intensamente aquele início lá atrás com sonhos e um querer bem as crianças, e o meu saber era meramente intuitivo. Era a Escola Recanto Feliz, uma escola de elite, denominada "Decroliana", Mas com poucas conversas sobre o Decroly, e essa história de falar de um sujeito chamado Decroly me deu azas a imaginação e fui a busca de saber quem era, e porque nós fazíamos algumas coisas que eram mandadas pelo fulano Decroly...
      Nesse movimento curioso, instigante, achei uma figura teórica que poderia servir de pesquisas para outras futuras descobertas...Foi depois de uns 4 primeiros anos de prática nessa escolinha, fui bater no COL depois de uma temporada tendo uma primeira crise no casamento com a educação, estava meio perdida e entrando na casa dos 20 anos, afinal, dinheirinho é muito bom e dali já saquei que ser professor não combinava com a vida de casada, pois era muito muito sacrifício financeiro...A paixão foi ficando sufocada com as contas a pagar...Dei um tempo, fui estudar pra tentar outra área de atuação profissional...Sem sucesso algum, me vi completamente frustrada trabalhando com comércio e cheia de saudades do barulho da escola, dos diálogos inteligentes com as crianças e resolvi ir em busca de uma outra praia...Fui ao COL e lá conheci uma nova abordagem metodológica, um novo modo de enxergar a criança e de dar sentido a prática de sala de aula...  
       Foi um divisor de águas pra que eu tivesse a certeza e agora sem vacilar que essa era de fato minha praia...Logo de cara, os nomes das salas de aulas eram identificados por personagens da literatura infantil e isso era um começo de uma descoberta incrível sobre a teoria piagetiana com a educação e na voz, presença e orientação de Adriana Flávia de Oliveira Lima, portanto aqui dar-se um início de uma caminhada regada a muito saber, é um ciclo de aprendizagens que não somente visavam a razão prática da sala de aula, mas uma faculdade de educação complexa de estudos, debates, conhecimento,trocas, fundamentada e norteada pelo professor Lauro de Oliveira Lima e pelo Piaget que vinha nos visitar em cada roda de registros, roda de avaliação, roda de formação...De fato, era tudo tão divertido, era tudo tão complexo...Aprendi aqui nesses anos o que deixei de aprender em muitas outras situações...Vou pausar aqui e amanhã conto o restante...